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História A 12º ano Guerra Fria!!!!!

Módulo 8 — PORTUGAL E O MUNDO DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL AO INÍCIO

DA DÉCADA DE 80 — OPÇÕES INTERNAS E CONTEXTO INTERNACIONAL

1. Nascimento e afirmação de um novo quadro geopolítico



1.2. O tempo da Guerra Fria — a consolidação de um mundo bipolar

UM MUNDO DIVIDIDO!

*A ruptura

                Quando, em 1946, Churchill afirmou em Fulton que uma «cortina de ferro» dividia a Europa, o processo de sovietização dos paíseis de Leste era á irreversível. Sob a tutela diplomática e militar da URSS, os partidos comunistas ganhavam forças e, progressivamente, tomavam o poder. Para coodenar a sua actuação, tornando-a mais eficiente, criou-se, em 1947, o Kominform (Secretariado de Informação Comunista), que se tornou um importante organismo de controlo por parte da URSS.

                A extensão da influência soviética na Europa parecia, aos ocidentais, inaceitável, uma vez que o seu dinamismo era uma ameaça ao modelo capitalista e liberal.

                Em 1947, os E.U:A: assumem, frontalmente, a liderança da oposição dos avanços do socialismo. Num discurso histórico, o Presidente Truman expõe a sua visão de um mundo dividido em dois sistemas antagónicos: um, baseado na liberdade; o outro, na opressão. Aos americanos competia, perante o enfraquecimento da Europa, liderar o Mundo livre e auxiliá-lo na contenção do comunismo (containement) – é a célebre doutrina Truman (teorizada por Harry), que formalizava a divisão do mundo em duas forças opostas e afirmava a necessidade de ajudar a Europa a reerguer-se economicamente.

                Nos 2 primeiros anos do pós-guerra, os E.U.A. acudiram às necessidades mais prementes da Europa, através de ajudas de emergência, devido às pesadas perdas humanas e materiais, agravadas pelo rigoroso Inverno de 1946-47. Assim, a Europa vivia um clima instável, a nível económico e social e ainda político – devido à difusão das ideias de igua.ldade e justiça social do marxismo.

                Deste modo, o secretário de Estado americano George Marshall anuncia, em Junho de 1947, o Plano Marshall: (European Recovery Plan), elaborado por George Kennam, foi um plano de ajuda económica para a recuperação da Europa no pós-guerra, foi oferecido a todos os países europeus, inclusive aos soviéticos. E, para uma eficiente distribuição dos fundos do Plano, criou-se, em Paris, a OECE (Organização Europeia de Cooperanção Económica), que integrou os E.U.A. e os 16 países que aceitaram a ajuda americana. Mais tarde, o OECE passou a chamar-se OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico), em 1960.

Moscovo considerou este plano uma “manobra imperialista” e impede os países de influência soviética de aceitarem. Pouco depois, um alto dirigente soviético, Andrei Jdanov, formaliza, também, a ruptura entre as duas potências, dois sistemas contrários: um, imperialista e anti-democrático, o mundo capitalista, liderado pelos E.U.A.; o outro, onde reina a democracia e a fraternidade entre os povos, que corresponde ao mundo socialista, liderado pela União Soviética.

                Em resposta ao Plano Marshall, a Janeiro de 1949, Moscovo lança o Plano Molotov (criaiacheslav Molotov, que teve um papel destacado na política internacional), que estabelece as estruturas de cooperação económica da Europa Oriental, de onde é criado o COMECON (Conselho de Assistência Económica Mútua), uma instituição destinada a promover o desenvolvimento integrado dos países comunistas, sob égide na União Soviética.

Comunismo
Doutrina Jdanov
Plano Molotov
COMECON
Pacto de Varsóvia

Capitalismo
Doutrina Truman
Plano Marshall
OECE
NATO (OTAN)
                Os países abrangidos pelo Plano Marshall (OECE) e os países abrangidos pelo Plano Molotov (COMECON) funcionaram como áreas transnacionais, coesas e distintas uma da outra e, deste modo, a divisão do mundo consolidava a liderança de duas superpotências.






VS:










*O primeiro conflito: a questão alemã

                Este clima de desentendimento e de confrontação reflectiu-se de imediato na gestão conjunta do território alemão que, na sequência da Conferência de Postdam, se encontrava dividido e ocupado pelas quatro potências vencedoras.

                A expansão do comunismo no primeiro sano da paz fez com que ingleses e americanos olhasse a Alemanha, não já como inimigo vencido, mas como um aliado imprescindível à contenção do avanço soviético. O renascimento alemão tornou-se uma prioridade para os americanos, que intensificavam os esforços para a criação de uma repíublica federal constutuída pelos territórios sob ocupação das três potências ocidentais, a República Federal da Alemanha (RFA).

                A União Soviética protestou vivamente contra aquilo que considerava uma clara violação dos acordos estabelecidos mas, perante a marcha dos acontecimentos, acabou por desenvolver uma actuação semelhante na sua própria zona, qe conduziu à criação de um Estado paralelo, sob alçada soviética, a República Democrática da Alemanha (RDA).

                Este processo de divisão trouxe para o centro da discórdia a situação de Berlim já que na capital, situada no coração da área soviética, continuavam estacionadas as forças militares das três potências ocidentais.

                Numa tentativa de forçar a retirada dessas forças, Estaline bloqueia aos três aliados todos os acessos terrestres à cidade.

                O Bloqueio de Berlim (criaram uma ponte aérea derrotando assim o plano de Estaline), que se prolongou de Junho de 1948 a Maio de 1949, foi o primeiro medir de forças entre as duas superpotências. O Mundo temeu um novo conflito armado.

                Concluindo, vemos os antigos aliados agora rivais que dividem o Mundo, pondo em risco os esforços de paz e apenas 3 depois depois do fim da 2ª Guerra. Nas décadas seguintes, esta instabilidade  foi reflectida nas relações internacionais, bem como tensão e desconfiança: foi o tempo da Guerra Fria.



*A Guerra Fria

GUERRA FRIA: Num sentido amplo, a expressão designa o clima de tensão e antagonismo entre o bloco soviético e o bloco americano (1947-1985, aproximadamente). Numa acepção mais restrita, a Guerra Fria corresponde à primeira fase desse mesmo afrontamento (de 1947 a 1955, aproximadamente). Teve como características: a corrida aos armamentos, com particular relevância para o nuclear, a proliferação de conflitos localizados e crises militares nas mais diversas zonas do Mundo e uma visão simplista e extremada do bloco contrário.



O afrontamento entre as duas supertpotências e os seus aliados prolongou-se até meados dos anos 80, altura  em que o bloco soviético mostrou os primeiros sinais de fraqueza.

                Durante este longo período, os E.U.A. e a U.R.S.S. intimidaram-se mutuamente, gerando um clima de hostilidade e insegurança que deixou o Mundo num permanente sobressalto. É este clima de tensão internacional que designamos por Guerra Fria. (ver Documento 22 da página 34 do volume 2)

                Foi uma autêntica “guerra de nervos”, em que cada bloco se procurou superiorizar ao outro, quer em armamento, quer na ampliação das suas áreas de influência. Enquanto isso, uma gigantesca máquina de propaganda incutia nas populações a ideia de superioridade do seus sistema e a rejeição e o temor do lado contrário, ao qual se atribuíam as intenções mais sinistras e os planos mais diabólicos (é neste contexto que os serviços de informação e segurança, como a CIA e KGB, ganham protagonismo, alimentando com os seus espiões e agentes secretos o clima de suspeita e fanatismo que varreu o Mundo nos anos da Guerra Fria).

                Na realidade, mais do que as ambições hegemónicas das duas supertpotências, eram duas concepções opostas da organização política, vida económica e estruturação social que se confrontavam: de um lado, o liberalismo, assente sobre o princípio da liberdade individual, do outro, o marxismo, que subordina o indivíduo ao interessa da colectividade.



                Nos anos da Guerra Fria, o fosso entre o mundo capitalista e o mundo comunista pareceu a todos maior do que nunca. Os dois sistemas evoluíram separadamente, mas, de olhos postos um no outro, acabaram inevitavelmente por se influenciar.



1.2.1. O mundo capitalista:

* A política de alianças liderada pelos EUA

                Uma vez enunciada a doutirna Truman, os Estados Unidos empenharam-se por todos os meios na contenção do comunismo.  O Plano Marshall foi o primeiro grande passo neste sentido, uma vez wue não só permitiu a reconstrução da economia europeia em moldes capitalistas, como estreitou os laços entre a Europa Ocidental e os seus «benfeitores» americanos.

                Em termos político-militares, a aliança entre os ocidentais não tardou também a oficializar-se. A tensão provocada pelo Bloqueio de Berlim acelerou as negociações que conduziram, em 1949, ao Tratado do Atlântico Norte, firmado entre os E.U.A., o Canadá e dez nações europeias. A operalização deste tratado deu origem à Organização do Tratado do Atlântico Norte – OTAN (ou NATO, sigla inglesa), talvez a mais importante organização militar pós-guerra, que se tornou um símbolo do bloco ocidental. A esta organização opor-se-á o Pacto de Varsóvia, aliança militar liderada pelos Soviéticos.

                O pacto da OTAN é bem demonstrativo da desconfiança que então empregnava as relações internacionais. Os seus membros fundadores consideram-se ligados por uma «herança civilizacional comum», cuja preservação exige o desenvolvimento da «capacidade individual ou colectiva de resistir a um ataque armado». A aliança apresenta-se, assim, como uma organização puramente defensiva, empenhada em resistir a um inimigo que, embora não se nomeie, está omnipresente: a União Soviética e tudo o que, para o mundo ocidental, ela representa.

                Esta sensação de ameaça e o afã em consolidar a sua área de influência lançaram os E.U.A. numa autêntica «pactomania» que os levou a constituir um vasto leque de alianças, um pouco por todo o Mundo. Para além da OTAN, firmaram-se aliançs multilaterais na América (Organização dos Estados Unidos – OEA, 1948), na Ocêania (Austrália, Noza Zelândia, Estados Unidos – ANZUS, 1951), no Sudeste Asiático (Organização do Tratado da Ásia de Sudeste – OTASE, 1954), no Médio Oriente (Pacto de Bagdade, 1955, mais tarde Organização do Tratado Central – CENTO). Estas alianças foram completadas com diversos acordos de carácter político e económico, de tal forma que, cerca de 1959, ¾ do Mundo alinhavam, de uma forma ou de outra, pelo bloco americano.



* A política económica e social das democracias ocidentais (não é contemplado na matéria-exame)

                No fim da Segunda Guerra Mundial, o conceito de democracia adquiriu, no Ocidente, um novo significado. Param além do respeito pelas liberdades individuais, do sufrágio universal e do multipartidarismo, considerou-se que o regime democrático deveria assegurar o bem-estar dos cidadãos e a justiça social.

                A Grande Depressão mostrara já a importância de um Estado económica e socialmente interventivo e o descalabro e a miséria do pós-guerra exigiam orientações firmes que permitissem a reconstrução Em tal contexto, não é de estranhar que as duas forças políticas que, nesta época, sobressaíam na Europa – o socialismo reformista e a democracia cristã – se encontrassem fortemente imbuídas de preocupações sociais.

                Embora de quadrantes muito diferentes, socialistas e democratas-cristãos saíram da guerra prestigiados. Ambos tinham lutado contra os regimes autoritários vencidos e se apresentavam como uma alternativa credível aos velhos partidos liberais, excessivamente conotados com o capitalismo desregado e anárquico, tido como responsável pela recessão económica dos anos 30.

                É assim que, logo em 1945, as eleições inglesas dão a vitória ao Partido Trabalhista (que se enquadra na área do Socialismo reformista/social-democracia), liderado por Clement Atlee, que substitui Winston Churchill (Partido Conservador) à frente do Governo Britânico.

                Um pouco por todo o lado, partidos de orientação idêntica viram elevar-se os seus resultados eleitorais tendo, em alguns casos, tomando também as rédeas do poder, com aconteceu na Holanda, nos países escandinavos (Dinamarca, Noruega, Suécia) e, no fim dos anos 60, na República Federal Alemã.



SOCIAL-DEMOCRACIA: Corrente do socialismo que teve origem nas concepções defendidas por Eduard Bernstein, na II Internacional (1899). A social-democracia rejeita a via revolucionária proposta por Marx, opondo-lhe a participação no jogo democrático, como forma de atingir o poder, e a implementação de reformas socializantes, como meio de melhorar as condições de vida das classes trabalhadoras.



                Adeptos da social-democracia, estes partidos conjugam a defesa do pluralismo democrático e dos princípios da livre-concorrência económica com o intervencionismo do Estado, cujo objectivo é o de regular a economia e promover o bem-estar dos cidadãos. Para tal, os sociais democratas advogam o controlo estatal dos sectores-chave da economia  e uma forte tributação dos rendimentos mais elevados. Renunciando, muitas vezes, a toda a referência marxista, a social-democracia contenta-se em redistribuir a riqueza assim obtida pelos cidadãos, através do reforço da protecção social.

                Noutros países, como a Itália ou a RFA dos anos 40-50, o receio das ideologias aparentadas com o socialismo deu a vitória eleitoral aos democratas-cristãos.



DEMOCRACIA CRISTÃ: Corrente política inspirada pela doutrina social da Igreja. A democracia cristã pretende aplicar à vida política os princípios de justiça, entreajuda e valorização  da pessoa humana que estiveram na base do cristianismo. Deste modo, embora de índole conservadora, esta ideologia defende que a democracia não se limita à aplicação das regras do sufrágio universal e da alternância política, mas tem por função assegurar o bem-estar dos cidadãos.



                A democracia cristã tem a sua origem na doutrina social da Igreja*, que condena os  excessos do liberalismo capitalista, atribuindo igualmente aos estados a missão de zelar pelo bem-comum.



* No fim do séc. XIX, a situação de miséria do mundo operário suscitou ao Papa Leão XIII a encíclica Rerum Novarum, dedicada oas problemas sociais trazidos pela industrialização. Esta encíclica condena o absentismo social do liberalismo e reconhece o direito dos trabalhadores e a um salário justo e a uma vida digna. A mesma linha de pensamento foi mais tarde retomada pelos Papas Pio XII (Quadragésmo Anno, 1931) e João XXIII (Mater et Magistra, 1961).



Os democratas-cristãos consideram que o plano temporal e o espiritual, embora distintos, não se podem separar. Os princípios do cristianismo devem enformar todas as acções dos cristãos, incluindo a sua vivência política. Propõem, por isso, uma orientação profundamente humanista, alicerçada na liberdade, na justiça e na solidariedade. Procura-se, no fundo, subverter o espírito essencialmente laico da democracia  que tinha nascido com o Iluminismo – transformando-a num campo de aplicação de valores intrinsecamente cristãos.

                Deste modo, partindo de ideologias diferentes, sociais-democratas e democratas-cristãos convergem no mesmo propósito de promover reformas económicas e sociais profundas. Na Europa do pós-guerra, os governos laçam-se num vasto programa de nacionalizações, que atinge os bancos, as companhias de seguros, a produção de energia, os transportes, a mineração, entre outros sectores. O Estado torna-se, por esta via, o principal agente económico do país, o que lhe permite exercer  sua função reguladora da economia, garantir o emprego e definir a política salarial.

                Paralelamente, revê-se o sistema de impostos, reforçando-se o carácter progressivo das taxas. Este princípio, que onera os rendimentos dos mais ricos e gera importantes receitas, permite também assegurar uma distribuição mais equitativa da riqueza nacional, sob a forma de auxílios sociais. Um tal conjunto de medidas modificou, de forma profunda, a concepção liberal de Estado, dando origem ao Estado Providência que, desde então até aos nossos dias, marcou fortemente a vida das democracias ocidentais.



* A afirmação do estado-providência

                O Reino Unido é considerado o país pioneiro do Welfare State, isto é, o Estado do bem-estar, onde cada cidadão tem asseguradas as suas necessidades básicas, do «berço ao túmulo».

                Ainda durante a guerra, o empenhamento do Estado nas questões sociais foi activamente defendido por Lorde Beverigde, cujo Relatório de 1942 influenciou decisivamente a política trabalhista. Beverigde confiava que um sistema social alargado teria como efeito a eliminação dos «cinco grandes males sociais»: carência, doença, miséria, ignorância e ociosidade.

                A abrangência das medidas adoptadas em Inglaterra e, sobretudo, a ousadia do estabelecimento de um sistema de saúde (Nacional Health Service), assente na gratuitidade total dos serviços médicos e extensivo a todos os cidadãos, serviram de modelo à maioria dos países europeus.

                A estruturação do Estado-providência na Europa do pós-guerra faz-se rapidamente. O sistema de protecção social generaliza-se a toda a população, passando a acautelar as situações de desemprego, acidente, velhice e doença; estabelecem-se prestações de ajuda familiar («abono de família») e outros subsídios aos mais pobres.  Complementarmente, ampliam-se as responsabilidades do Estado no que concerne à habitação, ao ensino e à assistência médica*.



*NOTA: Na América assistiu-se igualmente à consolidação do Estado-providência. O Presidente Truman, na sequência da actualização do seu antecessor (e também democrata) F. Roosevelt, promoveu o Fair Deal, que consagrou o alargamento das atri  buições do Estado em matéria social.



                Este conjunto de medidas visa um duplo objectivo: por um lado, reduz a miséria e o mal-estar social contribuindo para uma repartição mais equitativa da riqueza; por outro, assegura uma certa estabilidade à economia, já que evita descidas drásticas da procura como a que ocorreu durante a crise dos anos 30. Assim, o Estado-providência foi também um factor da grande prosperidade económica que o Ocidente viveu nas três décadas que se seguiram à Segunda Guerra Mundial.



* A prosperidade económica

                O crescimento económico do pós-guerra estruturou-se em bases sólidas. Os governos não só assumiram grandes responsabilidades económicas, como delinearam planos de desenvolvimento coerentes, que permitiram estabelecer prioridades, rentabilizar a ajuda Marshall e definir directrizes futuras. Externamente, os acordos de Breton Woods e a criação de espaços económicos alargados (como a CEE) tiveram um papel semelhante, harmonizando e fomentando as relações económicas internacionais.

                Escudado por esta nova filosofia de acção, o capitalismo, que na década de 30 parecera condenado pela Grande Depressão, emergiu dos escombros da guerra e atingiu o seu auge. Entre 1945 e 1973, a produção mundial mais do que triplicou e, em certos sectores, como a produção energética e a automóvel, multiplicou-se por dez (o que também se verificou nos países socialistas e do 3º Mundo, com o seu PIB aumentado). As economias cresceram de forma contínua, sem períodos de crise, registando apenas, de tempos a tempos, pequenos abrandamentos de ritmo. As taxas de crescimento especialmente altas de certos países, como a RFA, França ou Japão, surpreenderam os analistas, que começaram a referir-se-lhes como «milagre económico». Estes cerca de 35 anos de uma prosperidade material sem precedentes ficaram na História como os “Trinta Gloriosos”, expressão popularizada pelo economista francês Jean Fourastié.

                A expansão económica dos Trinta Gloriosos é caracterizada por:

                - A aceleração do progresso tecnológico, que atingiu todos os sectores, desde as fibras sintéticas, aos plásticos, à medicina, à aeronáutica, à electrónica, etc. Rapidamgente produzidas em série, as inovações tecnológicas revolucionaram a vida quotidiana e os processos de produção.

                - O recurso ao petróleo  como matéria energética por excelência, em detretimento do carvão, que, desde a Revolução Industrial, se mantinha num destacado primeiro lugar. A extracção do «ouro negro», que, até à Segunda Guerra Mundial, c oubera sobretudo aos Estados Unidos (90% da produção mundial), desloca-se, nos anos 60, para os países do Médio Oriente, que se tornam os seus principais fornecedores. A abundância e o baixo preço do petróleo alimentara a prosperidade económica, permitindo uma autêntica revolução nos transportes, para além de uma enorme gama de novos produtos industriais.

                - O aumento da concentração industrial e do número de multinacionais, verdadeiros gigantes económicos que fabricam e comercializam  os seus produtos nos 4 cantos do mundo. Presentes em praticamente todos os sectores (matérias-primas, transportes, comunicações, siderurgia, electrónica, alimentação...), estas empresas investem grandes somas na investigação científica, contribuindo para a aceleração do progresso técnico a que nos referimos. São, também, responsáveis pelo acentuar pelo acentuar da globalização económica que marcou a 2ª metade do séc. XX.

                - A modernização da agricultura, sector onde a produtividade aumenta de tal modo que permite aos países desenvolvidos passaram de importadores a exportadores de produtos alimentares. Renovada por grandes investimentos, nova tecnologia e uma mentalidade verdadeiramente empresarial, a agricultura liberta, em pouco tempo, grandes quantidades de mão-de-obra, que migra para os núcleos urbanos. Este êxodo rural impressionante, «o fim dos camponeses», contribuiu para alterar a relação entre os 3 sectores de actividade.

                - O aumento significativo da população activa proporcionado por

·         o reforço da mão-de-obra feminina no mercado de trabalho

·         o baby-boom* dos anos 40-60

*O baby-boom, isto é, o aumento súbito e acentuado da natalidade que se fez sentir no pós-guerra contrariou as previsões de estagnação demográfica do Ocidente.

Em termos de população activa, os efeitos do baby-boom fizeram-se sentir na década de 60, embora os seus reflexos na economia sejam muito anteriores, já que o aumento do número de jovens, para além de alargar o mercado consumidor, obriga à construção de equipamentos importantes (hospitais, creches, escolas), criando numerosos postos de trabalho.

·         a imigração de trabalhadores oriundos dos países menos desenvolvidos (Gredos, Portugueses, Argelinos, Turcos...).

·         a mão-de-obra, além de mais numerosa, se ter tornado mais qualificada, em virtude do prolongamento da escolaridade

                - O crescimento do sector terciário, que tende a absorver a maior percentagem de trabalhadores. O surto de espectacular das trocar comerciais, a aposta no ensino, os serviços sociais prestados pelo Estado e a complexidade crescente da administração das empresas, multiplicaram o número de postos de trabalho neste sector. Assim, as classes médias alargam-se, o que contribui para a subida do nível de vida e o equilíbro social.



* A sociedade de consumo

                              

SOCIEDADE DE CONSUMO: sociedade de abundância característica da 2ª metade do séc. XX. Identifica-se pelo consumo em massa de bens supérfulos, que passam a ser encarados como essenciais à qualidade de vida. A sociedade de consumo é também identificada com a sociedade do desperdício, já que a vida útil dos bens é artificialmente reduzida pela vontade da sua renovação.



CONDIÇÕES EM QUE SURGE:

·         Pleno emprego

·         Salários altos

·         Alimentação variada e exagerada – “frigorífico cheio”

·         Produção maciça de bens a preços acessíveis



CARACTERÍSTICAS:

·         Conhecida como “sociedade da abundância e do desperdício

·         Generalização do conforto material

·         Casas mais cómodas e bem equipadas, devido à multiplicação de aparelhos de aquecimento, telefone, televisão e toda uma vasta gama de electrodomésticos

·         O automóvel tomou o seu lugar nas garagens e nas ruas, proporcionando longos passeios de lazer

·         As férias pagas, privilégio que se alargou nos anos 60, vieram acentuar a ideia de que a vida merece ser desfrutada e o dinheiro existe para se gastar

·         Cidadãos despendem mais do que o necessário – vivem acima das necessidades e das possibilidades devido ao consumo exagerado e materialismo e ao crédito

·         Multiplicam-se os espaços comerciais – centros comerciais com multiplicidade de lojas, como supermercados self-service

·         Publicidade é uma gigantesca máquina de venda de produtos e bens

·         Surgem as vendas a crédito

·         A oferta e a pressão publicitária são brutais e exigem constantes novidades e actualizações dos produtos

·         Consumismo, como fenómeno americano, torna-se o símbolo das economias capitalistas da 2ª metade do séc. XX.



1.2.2. O mundo comunista:

                Em 1945, quando a 2ª Guerra Mundial acabou, existiam no Mundo apenas 2 países comunistas: a URSS e a Mongólia. Entre 1945 e 1949, o comunismo implantou-se na Europa Oriental, na Coreia do Norte e na imensa extensão da China. Nos anos 50 e 60, continua o seu progresso na Ásia (Vietname do Norte, Camboja, Birmânia) e encontra em Cuba, mesmo à porta dos EUA, um novo posto avançado. Finalmente, na década de 70, ganha novos países asiáticos e difunde-se na África negra.

                Assim a URSS constitui um bloco imenso, de cerca de 1,5 mil milhões de homens, espalhados pelo planeta, devido ao seu poderio e ao seu papel pioneiro na implantação do comunismo.



*O expansionismo soviético

                A expansão do mundo comunista fez-se, em grande parte, sob a égida da URSS.

                Após a 2ª Guerra Mundial, o reforço da posição militar soviética e o desencadear do processo de descolonização criaram condições favoráveis à extensão do comunismo e ao estritamento dos laços de amizade e cooperação entre Moscovo e os países recentemente emancipados. A URSS saiu do isolamento a que estivera votada desde a Revolução de Outubro de 1917, alargando a sua influência nos 4 continentes.



                EUROPA

                1ª vaga de extensão do comunismo:

·         Atingiu a Europa Oriental, excepto a Jugoslávia – pressão directa da URSS

·         De 1947 a 1948, partido comunista torna-se partido único – partidos comunistas fracos e minoritários coligam-se

·         Novos países socialistas passam a ser democracias populares – opõem-se à democracia liberal e defendem a classe trabalhadora, que exerce poder através do partido comunista, eleito por sufrágio universal; dirigentes do Partido ocupam altos cargos

DEMOCRACIA POPULAR: designação atribuída aos regimes em que o Partido Comunista, afirmando representar os interesses dos trabalhadores, se impõe como partido único, controlando as instituições do Estado, a economia, a sociedade e a cultura.

·         Europa de Leste reconstrói-se de acordo com a ideologia marxista e a interpretação desta feita pelo regime soviético.

·         URSS exerceu um controlo apertado sobre os novos aliados – através do Komimform

·         Em 1955, os laços entre as democracias populares são reforçados pelo Pacto de Varsóvia (aliança militar – resposta à entrada da RFA à OTAN – que constituiu uma organização diametralmente oposta à OTAN

·         União Soviética à pátria do Socialismo e impõe modelo rígido e único e usou a força para manter a sua coesão (contra os protestos e rebeliões). Exemplos de revoltas e de força soviética, com invasão de tanques: Hungria, em 1956; Checoslováquia, em 1968, “Primavera de Praga”

·         Este mesmo afã em manter intocada a hegemonia comunista na Europa Oriental conduziu também, em 1961, à construção do célebre muro de Berlim – símbolo da Guerra Fria na Europa e no Mundo.

                ÁSIA

                A Coreia foi o único país em que a implantação do regime comunista se deveu a uma intervenção directa da URSS:

  • Antes da 2ª Guerra, a Coreia era ocupada por Japoneses
  • Depois da 2ª Guerra, foi libertada pela acção conjunta dos exércitos americano e soviético; porém, estes não se entenderam quanto ao futuro regime político desta, por isso, a Coreia foi dividida em 2 Estados:
    - República Popular da Coreia, a Norte, comunista, apoiada pela URSS
    à Coreia do Norte
    - República Democrática da Coreia, a Sul, conservadora, apoiada pelos EUA
    à Coreia do Sul
  • A Coreia do Norte tenta invadir a do Sul e dá-se uma violenta guerra (1950-1953).



        Nos outros países, o triunfo do regime comunista deu-se devido a movimentos revolucionários nacionais, que contaram com o apoio da URSS – como a China:

·         Em 1949, Mao Tsé-Tung proclamou a China como República Popular, após uma grande luta pelos comunistas chineses (desde os anos 20 até ao final da 2ª Guerra)

·         Foi assinado um Tratado de Amizade, Aliança e Assistência Mútua entre a China e a URSS.

·         Nos 1os anos, a China seguiu o modelo político e económico do socialismo russo, participando na Guerra da Coreia e na Guerra de libertação da Indochina; depois afastou-se da URSS.



                AMÉRICA LATINA E ÁFRICA

                Nos anos 60 e 70, a influência soviética estendeu-se à América Latina e a África.

               

América Latina à destaca-se CUBA:

  •  Em 1959, um grupo de revolucionários, comandados por Fidel Castro e pelo mítico Che Guevara, derrubaram a ditadura.
  • Há uma tentativa falhada de retoma do poder pelos exilados anti-castritas (apoiada por Washington).
  • Fidel aceita o apoio da URSS e Cuba transforma-se num símbolo avançado do comunismo na América Central
  • Em 1962, são instalados mísseis russos na ilha, capazes de atingir os EUA. O Presidente Kennedy exige a retirada dos mísseis. A crise é resolvida com cedências mútuas: Kruchtev retira os mísseis e os EUA não derrubam o regime cubano
  • Cuba desempenhou um papel activo na proliferação do comunismo: nos anos 70, a URSS, através de Cuba, ajuda as guerrilhas marxistas da Guatemala, El Salvador e Nicarágua.



África à destacam-se Moçambique e Angola:

  •  Foram enviados contingentes militares cubanos para as ex-colónias portuguesas para impulsionar a instauração de regimes comunistas.
  • A África recém-descolonizada mostrou-se vulnerável à influência soviética, que se espalhou por mais 17 países africanos, através de bases e conselheiros militares.



* Opções e realizações da economia de direção central

                O balanço económico da 2ª Guerra Mundial foi especialmente pesado para a URSS e para alguns países da Europa Oriental (como a Polónia e a RDA):

                               - milhares de hectares de cultivo foram destruídos

                               - centenas de cidades foram arrasadas

                               - perderam grande parte importante do equipamento industrial

                Porém, a reconstrução dos países socialistas foi rápida:

·         Nas 2 décadas seguintes, as taxas de crescimento ultrapassaram as dos países capitalistas

·         Quando a guerra acabou, a URSS retomou o modelo de planificação económica (que tinha implementado nos anos 20) – retoma dos planos quinquenais
                              
à 4º plano (1946-1950); 5º plano (1951-1955); 6º plano (1956-1958), porque é abandonado pelo plano seguinte; 7º plano (1959-1965); 8º plano (1966-1970); 9º plano (1971-1975); 10º plano (1976-1980).
                              
à prioridade absoluta para a indústria pesada e infra-estruturas
                              
à são construídos múltiplos complexos siderúrgicos e centrais hidro-eléctricas

·         URSS ---> 2ª POTÊNCIA INDUSTRIAL DO MUNDO (possui poderio militar suficiente)

·         Nos países de Leste, a proclamação das Repúblicas Populares implantam também o modelo económico soviético
                              
à Meios de produção são colectivizados e reorganizados em moldes idêntidos aos da URSS
                              
à Há prioridade à industrialização, baseada na indíustria pesada
                              
à Industrialização  foi dos maiores sucessos das economias planificadas e registou índices de crescimento bastante altos, mesmo nos países mais pobres e atrasados.

                MAS o nível de vida das populações não acompanha esta evolução económica:

·         Excessivas jornadas de trabalho (10 horas)

·         Salários sobem a ritmo lento

·         Mantêm-se carências de bens de toda a espécie

·         A agricultura, a construção habitacional, as indústrias de consumo e o sector terciário avançam lentamente

·         Há crescimento desorganizado das cidades: habitam em bairros periféricos, superpovoados e insalubres; esperam diariamente em filas para adquirir bens essenciais.



                Bloqueios económicos

                Passado o 1º impulso industrializador, as economias planificadas começam a mostrar  as suas debilidades.

·         A planificação excessiva entorpece as empresas – que não têm qualquer poder de decisão, apenas devem cumprir as quantidades previstas no plano, esquecendo a qualidade e a rentabilidade

·         Nas unidades agrícolas, há falta de investimento, má organização e desalento dos camponeses, provocando baixa produtividade – Leste, outrora exportador de cereais, começa a importá-los


                Assim, implementou-se, nos anos 60, um conjunto de reformas económicas em todos os países da Europa socialista

·         O exemplo é dado pela URSS, onde o novo líder, Nikita Kruchtchev, faz uma política de renovação política e económica

·         O novo plano, iniciado em 1959, reforça o investimento nas indústrias de consumo, na habitação e na agricultura (programa de arroteamento em terras do Cazaquistão e Sibéria Ocidental)

·         Há redução do horário de trabalho semanal (48 para 42 horas)

·         Há redução da idade da reforma e passa a estender-se aos trabalhadores agrícolas

·         Nas empresas, é incentivada a produtividade com o aumento a autonomia dos gestores e atribuindo prémios aos trabalhadores mais activos



                Porém, os efeitos destas medidas ficaram muito aquém das expectativas e não foram capazes de relançar, de forma duradoura, as economias socialistas.

  • Na década de 70, sob a orientação de Leonidas Brejnev, a burocracia reforça-se e alastra uma onda de corrupção sem precedentes.
  • O IX e o X Planos voltam a dar prioridade ao completo militar-industrial e à exploração dos recursos naturais (ouro, gás, petróleo da Sibéria), cujos custos de exploração se tornam excessivos e a economia entra numa verdadeira estagnação.
  • Os custos sociais desta situação foram pesados: entre 1970 e 1980, a esperança média de vida na URSS retrocedeu (de 69,3 para 67,7 anos) e a mortalidade infantil elevou-se (de 24,7 para 27,3 por mil).

               

                As dificuldades soviéticas reflectiram-se gravemente em todos os países satélites. A estagnação das economias de direcção central reflecte as falhas do sistema, que se foram agravando ao longo das décadas. Inultrapassáveis, estes blocos conduziram à falência dos regimes comunistas europeus, no final dos anos 80.



1.2.3. A escalada armamentista e o início da era espacial

*A escalada armamentista

                Para além dos esforços postos na constituição de alianças internacionais, os dois blocos procuraram apetrechar-se para uma eventual guerra, investindo grandes somas na concepção e fabrico de armamento cada vez mais sofisticado.

                Nos primeiros anos do pós-guerra, os E.U.A.  sentiam-se protegidos por uma evidente superioridade técnica – possuíam o segredo da bomba atómica, a sua melhor defesa.

                A confiança do Ocidente desmoronou-se quando os russos, em Setembro de 1949, fizeram explodir a sua primeira bomba atómica. Imediatamente, os cientistas americanos incrementaram as pesquisas de uma arma ainda mais destrutiva: em 1952 testava-se, no Pacífico, a primeira bomba de hidrogénio – a bomba H -, com uma potência mil vezes superior à bomba de Hiroxima. A corrida ao armamento tinha começado.

                Em 1953, os Russos possuíam a bomba de hidrogénio e o ciclo reiniciou-se, levando as duas superpotências à produção maciça de armamento nuclear.

                Embora o carácter revolucionário deste novo rearmamento se encontre na produção de bombas atómicas e no desenvolvimento de mísseis de longo alcance para as lançar, o Mundo viu também multiplicarem-se as armas ditas «convencionais». No fim de 1950, os americanos estavam já convencidos que o potencial atómico não era suficiente para deter a expansão do comunismo, nas várias regiões do Mundo. Nesse ano, o Memorando do Conselho de Segurança Americano (NSC) considerou imperativo aumentar depressa a força aérea, terrestre e naval em geral e as dos seus aliados para não estarem tão dependentes de armas nucleares. Poucos meses depois, a invasão da Coreia do Sul pelos exércitos comunistas pareceu confirmar as afirmações do memorando. Nos 3 anos seguintes, o orçamento dos EUA para a defesa mais do que triplicou, bem como as suas forças terrestres.

                O investimento ocidental nas armas convencionais desencadeou, como era de esperar, uma igual estratégia por parte da URSS, que, com o objectivo de quebrar a superioridade americana, afectou, em 1952, 80% do orçamento de Estado a despesas militares.

                O poder de destruição das novas armas introduziu na política mundial uma característica nova: a dissuasão. Cada um dos blocos procurava persuadir o outro de que usaria, sem hesitar, o seu potencial atómico em caso de violação das respectivas áreas de influência. Advertências, ameaças, movimentações de tropas e material de guerra faziam parte desta estratégia dissuadora que a natureza apocalíptica de um confronto nuclear tornou eficaz. O Mundo tinha resvalado, nas palavras de Churchill, para o «equilíbrio instável do terror».



*O início da era espacial.

                Cientes de que a superioridade tecnológica poderia ser decisiva, as duas superpotências dedicaram grande atenção aos ramos da ciência relacionados com o equipamento militar.

                Durante a 2ª Guerra Mundial, na esperança de encontrar uma arma que lhe garantissem a vitória, a Alemanha tinha secretamente desenvolvido a tecnologia dos foguetes e criado os primeiros mísseis. Em 1945, os cientistas envolvidos neste projecto emigraram para a URSS e para os EUA, onde desempenharam um papel relevante nos respectivos programas especiais.

                Surpreendendo o Mundo, a URSS colocou-se à cabeça da conquista do espaço quando, em Outubro de 1957, conseguiu colocar em órbita o primeiro satélite artificial da história, o Sputnik 1. No mês seguinte, lançou o Sputnik 2, de maiores dimensões, levando a bordo a cadela Laika, que se tornou o primeiro viajante espacial.

                Face a estes sucessos, a consternação dos americanos, que até aí tinham considerado a URSS tecnologicamente inferior, foi grande. Na ânsia de igualarem, no mesmo ano, a proeza russa, anteciparam o lançamento do seu próprio satélite, mas o foguetão que o impulsionava explodiu e a experiência foi um fiasco. Só no início de 1958, com o lançamento do Explorer 1, a América efectivaria a sua entrada na corrida ao espaço.

A corrida espacial

Séc. XX
Outubro – Sputnik 1: primeiro satélite em órbita
Novembro – Sputnik 2: a cadela Laika é colocada em órbita
1957
Dezembro – tentativa  falhada de colocar um satélite em órbita: o foguetão Vanguard explode durante o lançamento
Maio – Sputnik 3
1958
Janeiro – Explorer 1: o primeiro satélite
Outubro – Fundação da NASA
Setembro – Lunik 2: a primeira sonda a tocar a Lua
1959
Abril – Selecção de astronautas para o projecto Mercury
Setembro – Sputnik 5: os 2 cães a bordo são os primeiros seres vivos recuperados após um voo orbital
1960
Abril – Tiros 1: primeiro satélite meteorológico
Dezembro – 1º lançamento Mercury não tripulado em voo suborbital
Abril – Vostok 1: Gagarin, primeiro homem no espaço (uma órbita)
Agosto – Vostok 2: Titov faz 17 órbitas
1961
Maio – Mercury 3: Shepard, primeiro americano no espaço
Agosto – Vostok 3 e 4:  1º voo de duas naves sincronizadas
1962
Fevereiro – Mercury 6: Glenn, 1º americano em órbita (3 órbitas)
Junho – Vostok 6: Valentina Tereshkova, 1ª mulher no espaço (48 órbitas)
1963
Maio – Mercury 9: Cooper (22 órbitas)
Outubro – Voskhod 1: 1ª tripulação de 3 astronautas (16 órbitas)
1964
Julho – Ranger 7: obtenção de fotografias da superfície lunar
Março – Vokhod 2: Leonov, 1º passeio espacial
1965
Junho – Gemini 4: White, 1º passeio passeio espacial americano
Janeiro – Luna 9: 1ª alunagem não tripulada
1966
Fim do programa Gemini
Abril – Soyuz: morre o astronauta Komaroz
1967
Janeiro – Apolo 1: morrem os astronautas White, Grisson e Chafee

1968
Dezembro – Apolo 8: 1º vôo tripulado em volta da Lua
Janeiro – Soyuz 4 e 5: 1ª acoplagem entre 2 naves
1969
Outubro – Apolo 11: Armstrong e Aldrim atingem a Lua. Collins mantém-se em órbita no módulo do comando (Ftg de Aldrin a 21/Julho)
1975: as naves Apolo e Soyuz encontram-se no espaço. Depois da acoplagem, as tripulações soviética e americana permanecem ligadas durante 2 dias.

                Nos anos que se seguiram, a aventura espacial alimentou o orgulho nacional das duas nações. Nos 1os tempos, os Soviéticos mantiveram a liderança e, em 1961, fizeram de Yuri Gagarin o primeiro ser humano a viajar na órbita terrestre. No entanto, no fim da década de 60, aproximadamente em 1969, coube aos americanos Neil Armstrong e Edwin Aldrin o feito de serem os primeiros homens a pisar a Lua.

               

                Quando o Homem realizou, finalmente, o sonho improvável de alcançar a Lua, tornou-se evidente que o desenvolvimento tecnológico tinha alcançado um patamar superior; esta mesma tecnologia era utilizada na construção de armas capazes de aniquilar toda a Humanidade.

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