FILOSOFIA 10º ano 4º Teste
VALORES E CULTURA - A DIVERSIDADE E O DIÁLOGO DE CULTURAS
PÁG. 95-107
A dimensão social e cultural dos valores
É pelo processo de assimilação que vamos descobrindo e compreendendo os valores que sustentam as nossas atitudes e apoiam as nossas acções. Inserido em grupos, o homem manifesta a sua natureza cultural, procurando sempre ultrapassar a fragilidade físico-biológica e desafiando a todo o momento os seus próprios limites. Este desafio implica a construção de valores. Neste sentido, os valores são criações do homem, manifestações da sua natureza cultural.
Cultura é o conjunto de manifestações materiais (arcos, flechas, computadores…) e imateriais (valores, arte, música…) que reflectem a especificidade de um grupo de indivíduos na sua maneira de sentir, pensar e agir.
A cultura é um fenómeno universal presente em todos os tempos e regiões do planeta habitadas pelo homem. Por um lado, surge como resposta do homem às suas necessidades, por isso, podemos dizer que ela é a acção dos indivíduos em sociedade, a condição da sua adaptação ao meio natural e social. Por outro, a cultura surge como uma possibilidade de aperfeiçoamento da própria dimensão natural dos seres humanos.
A herança cultural define-nos a partir do grupo ou sociedade a que pertencemos. Aquilo que cada um de nós é enquanto indivíduo depende, necessariamente, da maneira como interagimos com os outros, dentro de um espaço humanamente construído que nos é familiar e com o qual nos identificamos, ou seja, a nossa vida é inserida num contexto cultural.
Existe uma pluralidade de culturas, cada qual com os seus comportamentos, hábitos e costumes. Reconhecer a pluralidade e a diversidade de culturas é também afirmar a diversidade de valores que regulam a vida dos indivíduos que fazem parte dos diferentes grupos ou sociedades. Existem diferentes critérios valorativos de cultura para cultura e por isso as razões que explicam as acções de um grupo são diferentes das de outro.
As sociedades actuais e os valores
Hoje em dia, afirma-se e defende-se a diversidade cultural, que é reconhecida e assumida como uma característica positiva da própria natureza humana, por isso, falamos em multiculturalidade como um facto, porque existe uma multiplicidade de padrões de cultura, e como um modo de encarar a diversidade e a heterogeneidade que lhes são características, procurando estabelecer possíveis normas, leis, regras que assegurem a coexistência das diferentes culturas.
Ao longo dos tempos, os homens reagiram, e ainda continuam a reagir, de maneiras diferentes quando confrontados com culturas diferentes da sua.
Face à diversidade cultural, existem 3 atitudes que se podem tomar:
- ETNOCENTRISMO:
*É a tendência para sobrevalorizar uma dada cultura considerando os seus padrões culturais como medida daquilo que é desejável e estimável para todos.
*É a incompreensão face a outras culturas nascidas de um sentimento de superioridade da sua própria cultura.
*Promove a assimilação (as culturas dominantes tendem a impor os seus valores e modelos de comportamento às culturas minoritárias), assumindo 3 atitudes/posturas negativas:
-> racismo
-> xenofobia
-> patriotismo fanático ou chauvinismo
- RELATIVISMO CULTURAL
*É uma atitude de avaliação de outras culturais em função da cultura de quem avalia e tolera as outras culturas, mas defende que não se devem misturar, para que todas se salvaguardem, devendo cada uma cultivar os seus próprios valores.
*Promove a separação (há diferentes culturas que se toleram, mas que vivem de costas voltadas, sem contacto entre si, e que tendem a separar-se ou a isolar-se, conduzindo assim ao isolamento, à estagnação e a formas disfarçadas de racismo.
- INTERCULTURALISMO ou Intercultural ou Interculturalidade
*Defende o diálogo entre culturas
*Promove o respeito de que os problemas sociais, económicos, políticos e ecológicos só serão eficazmente resolvidos se equacionados à escala mundial.
*Tem como objectivos: compreender a Natureza pluralista da nossa sociedade e do nosso mundo; compreender a complexidade e riqueza do relacionamento entre diferentes culturas, tanto no plano pessoal como no comunitário; promover formas de diálogo entre culturas.
*O Interculturalismo é a atitude que MELHOR DEFENDE a Declaração Universal dos Direitos do Homem (D.U.D.H.).
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A DIMENSÃO ESTÉTICA – ANÁLISE E COMPREENSÃO DA EXPERIÊNCIA ESTÉTICA
PÁG. 166-169
A experiência e o juízo estéticos
O estudo dos problemas estéticos permite-nos adquirir uma postura crítica relativamente à arte e à beleza em geral.
A Estética é a disciplina filosófica que reflecte sobre a arte e sobre a beleza. Centra-se na problemática da beleza e nos diversos aspectos a ela associadas: a experiência, o juízo estético e a criação artística.
A Estética foi constituída, enquanto disciplina filosófica, em 1750, com Alexander Baumgarten (1714-1762).
As teorias estéticas são perspectivas acerca da beleza e da arte, integradas na sua visão geral da realidade.
O objectivo da Estética consiste em descrever e compreender o fenómeno artístico nas suas dimensões (sendo a experiência estética uma destas), não ditar regras de como deve ser a obra de arte para alcançar a beleza/estética normativa.
Uma experiência é uma prova perante a qual adquirimos ou aprendemos alguma coisa, seja do mundo externo, seja na esfera da consciência. A experiência é tudo o que o sujeito pensa, sente, percepciona, na sua relação concreta com o mundo e consigo próprio. Pode ter um conteúdo material (experiência sensorial) ou não material (experiência não sensorial).
Qualquer experiência é sempre de um sujeito. Pode ser comunicada, através da linguagem, mas não pode ser transferida, uma vez que apenas pertence àquele que a vivencia.
Toda a experiência é situada, ou seja, a organização dos dados do real pelo sujeito é feita num contexto cultural. A Educação, a aprendizagem, a herança cultural influenciam e configuram a experiência individual.
A experiência estética pode ocorrer de três formas:
- ao contemplarmos os seres e as coisas da natureza
- no processo de criação artística
- ao contemplarmos uma obra de arte
Desta forma, o conceito de experiência estética abrange vários elementos: o artista e o espectador, a obra de arte e a natureza, o resultado da contemplação (da natureza, da obra de arte ou da criação artística) - a emoção estética - e o contexto social.
E é, assim, uma experiência que se regista a 3 níveis:
- na Natureza, onde o ser humano pode experimentar sentir admiração, espanto, ou até mesmo contemplação; a expressão deste sentimento é dada pelos próprios artistas, pois as obras de arte são um modo de exprimir a contemplação da beleza natural.
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