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HISTÓRIA 10º ano 6º Teste

História 10º ano 4º Teste
        Eclosão e difusão do Renascimento 
     Recuperadas das fomes, das pestes e das guerras, as cidades europeias reanimam-se, através da expansão de um novo movimento cultural, o Renascimento. Esta expansão é condicionada pela descoberta das rotas do Cabo e das Américas – uma pluralidade de mares, territórios e colónias -, pela revolução das técnicas e dos conhecimentos – náutica, cartografia, astronomia -, pelas armas de fogo – o uso da pólvora, divulgada no século XV, permitiu o aperfeiçoamento das armas de fogo e de armas portáteis, como a pistola e a mina; esta artilharia a bordo das naus permitiu o domínio dos mares e a conquista de posições-chave em territórios longínquos -, e, finalmente, pela imprensa ou os caracteres metálicos e a prensa de impressão inventados por Guttenberg – Guttenberg foi o alemão que descobriu a imprensa, impressão com caracteres móveis e o primeiro livro impresso foi a “Bíblia das 42 linhas”, 1455; até ao século XIII, os livros eram manuscritos raros e caros, feitos em pergaminho e copiados à mão pelos monges copistas; assim, torna-se possível imprimir livros em grande quantidade, tornando-os mais baratos e, por isso, a imprensa torna-se um veículo da expansão cultural, de intercâmbio de ideias e de difusão de notícias.
    A partir destas condições de expansão, o novo movimento cultural eclode, o Renascimento. O Renascimento foi um movimento cultural, cujo termo foi criado pelo pintor e escultor Giorgio Vasari, em 1550, no qual houve o ressurgimento da literatura e das artes baseado nas obras da Antiguidade, marcando a ruptura com os valores e a cultura da Idade Média. (O Renascimento é considerado como uma passagem, lenta e gradual, da medievalidade para a Época Moderna.)
    O Renascimento teve origem em Itália e tomou como centros culturais as prósperas cidades italianas: Florença (governada pela famíia Médicis, protectora das letras e artes, que teve artistas como Pico Della Mirandola, Brunelleschi, Donatello, Botticelli e Leonardo Da Vinci), Roma (teve artistas como Rafael e Miguel Ângelo), República de Veneza (teve artistas como Ticiano e Giorgione), entre outras cidades como Nápoles, Milão, Ferrara, Mântua e Urbino. Foi um movimento cultural que se difundiu por toda a Europa, de onde se destacam: os humanistas Eramo de Roterdão (Holanda), Shakespeare e Thomas More (Inglaterra), as cidades Lyon e Paris (França) e as Universidades Heidelberg (Alemanha), Oxford e Cambridge (Inglaterra).


    Esta renovação cultural incidiu tanto sobre as letras, como sobre as artes e as ciências, ao mesmo tempo que fazia renascer a cultura clássica. O Homem tornou-se o centro do pensamento humano, o Antropocentrismo que substituía o Teocentrismo – o Humanismo: movimento cultural que se produziu durante o Renascimento, entre os intelectuais, por reacção contra o pensamento medieval e eclesiástico, e por um regresso às fontes de inspiração da Antiguidade Clássica, e que consistiu na redescoberta, reinterpretação e edição dos escritores clássicos, gregos e latinos, e na valorização do Homem e da sua personalidade. Assim, a valorização da Antiguidade Clássica fez-se através:

·        Da Procura/Recuperação dos manuscritos clássicos
·        Do Aperfeiçoamento da língua latina (hebraico, grego, latim) e da sua aprendizagem
·        Da tradução, comentário e divulgação de obras antigas
·        Da imitação formal e temática
·        Do Racionalismo
·        Do Individualismo (“mente sã, corpo são”): corrente doutrinal e prática que sobrevaloriza o indivíduo e o seu papel na construção das sociedades e da História.

    Além dos humanistas valorizarem a Antiguidade Clássica e a renascerem, conseguiram ainda superar os Clássicos, através:
·        Da consciência da modernidade
·        Da afirmação das línguas e literaturas nacionais
·        Da conciliação dos valores clássicos com a moral cristã (visto que, contrariamente aos cristãos, os antigos eram politeístas)
     Assim, renascendo o clássico e debitando toda a confiança e saber no próprio Homem, nasce uma nova mentalidade com o Renascimento!

2.    Revolução das concepções cosmológicas
    O entendimento que o Homem tinha do Cosmos sofreu grandes alterações nos séculos XVI e XVII. Combinando o cálculo matemático com a observação e o saber experimental, operou-se a chamada revolução das concepções cosmológicas que está na génese da ciência moderna.
    Tudo começou com Copérnico – revolução coperniciana: nova concepção de Universo, devido a Copérnico, que faz do Sol o centro do Mundo (heliocentrismo); saldou-se a médio prazo (graças às descobertas de Tycho Brahe, Kepler e Galileu), nas seguintes consequências: fim do geocentrismo ptolemaico, substituição do Universo fechado aristotélico pelo mundo infinito, descrença na superioridade do conhecimento científico dos Antigos, esmorecimento de convicções religiosas. -, que se atreveu  a contrariar a teoria geocêntrica de Ptolomeu, respeitada desde o século II. De acordo com as ideias ptolemaicas (que reforçavam as de Aristóteles), a Terra, completamente imóvel e formada por terra, ar, fogo e água, ocupava o centro do universo infinito. À sua volta, moviam-se os corpos celestes, num movimento perfeito, descrevendo órbitas circulares uniformes.
    Para a Igreja, era blasfémia dizer que a Terra se movia e não o Sol. Porém, Copérnico negou Ptolomeu. Segundo Copérnico, o movimento circular uniforme das esferas celestes é verdadeiro; já o movimento retrógrado de alguns deles resulta de uma ilusão, que se deve ao facto de a Terra ter movimento. Para ele, a Terra não era o centro do Universo, mas o Sol – Teoria Heliocêntrica. Todas as esferas e corpos celestes giram à sua volta, num movimento de translação, tal como giram em torno do próprio centro, num movimento de rotação, explicando assim a sucessão dos dias e das noites e das estações do ano do nosso planeta. À volta da Terra, apenas gira a Lua. Copérnico foi mais matemático do que astrónomo, fez mais cálculos do que observações.
    Outros tentaram, através de teorias explicativas e dados experimentais, provar a teoria de Copérnico, abalando a teoria geocêntrica de Ptolomeu e a doutrina da Igreja. Estes contributos deram-se também a Giordano Bruno (filósofo e frade italiano), Ticho Brahe (astrónomo dinamarquês), Johannes Kepler (astrónomo alemão) e Galileu Galilei (astrónomo italian0, que provou finalmente a teoria heliocêntrica de Copérnico).
3.   Mecenato (A Ostentação das Elites Cortesãs e Burguesas)
    Após várias crises, renova-se a vontade de viver e o desejo de prazeres imediatos – patente no séc. XV, época em que se viveu um grande desenvolvimento económico e de grande mobilidade social.
    A nobreza renovara-se com a ascensão de burgueses enriquecidos (estes adoptaram valores aristocráticos, nomeadamente o investimento em bens de raiz e o gosto pelo luxo). Esta nova “classe” (alta burguesia) está particularmente interessada em obter fama e glória (honra e trabalho) e fazer fortuna. Situação particularmente visível em Itália, fruto da próspera situação económica das suas cidades-estado.
    O gosto pela ostentação está patente na arquitectura (ricos, Palácios e solares), nas Obras de arte e no vestuário (a moda tornou-se verdadeiramente requintada e extravagante).
     Umas das famílias mais conhecidos da Europa foi a dos Médicis em Florença, cujo grande Homem era Lourenço de Médicis (séc. XV). Na sua corte, realizavam-se grandes manifestações culturais e nela trabalham homens notáveis do Renascimento, ex: Leonardo da Vinci, Donatello, entre outros.
    Os (mecenas) Príncipes favoreceram os Homens da altura principalmente os artistas a quem concedem meios financeiros e condições de trabalho. Prestigiam as suas cidades, engrandecendo-as.
    Em Itália, destacam-se várias famílias:
            - Os Médicis (Florentinos) distinguiram-se no comércio e actividades bancárias
            - Os Strozzi (Florentinos) eram banqueiros e investiam na construção de monumentos.
  
   
4.   Artes:
·       Pintura
Características:
- Naturalismo acentuado na procura na verosimilhança (baseado no estudo anatómico)
- Forte interesse pelo Homem, pela forma do seu corpo e pelas potencialidades expressivas (Humanismo)
- O gosto pela monumentalidade
- O gosto pelo Clássica (a sua recuperação)
- A escultura vive por si própria, aparece desassociada a um edifício
Temas:
- A figura humana/retrato
- Temas religiosos
- As estátuas equestres
- O Ressurgimento da representação do nu
- Temas mitológicos
 Tipos:
- Frescos
- Têmperas
- Pintura a óleo
Suportes:
- Madeira
- Linho
- Entre outros

Ver pinturas manual, suportes; elementos presentes, pintores consagrados.
·       Escultura (ver esculturas e autores no livro)
Características:
- Humanismo
- Naturalismo
- Rigor anatómico
- Expressão fisionómica
- Espontaneidade e ondulação das linhas
- Equilíbrio e racionalidade (geometria e aperfeiçoamento técnico)

Temas:
- Figura Humana
- Ressurgimento do gosto pelo nu
- Mitologia grega/romana
- Temas religiosos (ex. Pietás)
- Estátuas equestres
Materiais: mármore, pedra, bronze, madeira e terracota (barro)

Escultores: Lorenzo Ghiberti, Donatello, Miguel Ângelo.
·       Arquitectura 
    A arquitectura do Renascimento é descendente natural da arte da Antiguidade Clássica, da Grécia e de Roma, de que herdou os princípios fundamentais da harmonia e do equilíbrio.
    Brunelleschi foi o iniciador da arquitectura renascentista, pôs na base da nova linguagem e o conceito – criado pelos Gregos e utilizado; depois deles, pelos Romanos – de «ordem arquitectónica».
    À Antiguidade foram-se buscar os elementos essenciais na forma de construir:
                        - as ordens arquitectónicas (dórica, jónica e coríntia)

                        - arco de volta perfeita
                        - frontão triangular
                        - abóbada de berço
                        - cúpula, etc.
Características principais
            - cornijas nos terraços
            - uso de arcos de volta perfeita
- frontões triangulares
            - colunas com capitéis clássicos (ordem dórica, jónica e coríntia)
            - o gosto pelo círculo

    Devido a isso, o Renascimento transforma-se numa segunda época Clássica.
    A arquitectura renascentista nasceu da exigência de racionalismo, ao qual tudo foi subordinado. Disto resultou que o edifício ideal é aquele em que todos os eixos são simétricos: tanto na horizontal como na vertical. São os elementos arquitectónicos que definem o espaço.

Traços da Arquitectura:
            - Materialização rigorosa do espaço arquitectónico e da proporção: simetria, regularidade, alinhamento e proporção e riqueza de ornamentação
            - Procura de uma harmonia racional
            - Perspectiva linear
            - Abóbadas de berço e de arestas
            - Cúpula
            - Arco de volta perfeita
            - Pilastra (coluna embutida na parede)

Comentários

Solange Garrido disse…
quero agradecer-lhe pois toda a informação demonstrou ser muito útil para o meu exercício de avaliação sumativa na disciplina de História A, obrigada, cumprimentos

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